quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Armadilha



Linda, uma escritora best-seller, vive reclusa em sua casa à beira de um lago desde o assassinato de sua irmã mais nova há doze anos. O assassino nunca foi apanhado, mas Linda viu-o de relance, e agora ela acaba de reconhecer o seu rosto na TV. Ele é Victor, um brilhante jornalista. Pensando numa saída para o apanhar, ela escreve um best-seller baseado no assassinato da irmã e concorda em conceder uma única entrevista à imprensa, em sua casa, com Victor. A partir daí tem início um embate perturbador. Cheio de reviravoltas, tensão e terror psicológico.

Esta sinopse é do tipo que me deixa de pé atrás, quando não se conhece a autora e não se lê nenhuma opinião acerca do livro.
Valerá a pena ou será só fachada e de tensão e terror psicológico tem pouco?

Quando reconhece o rosto de Victor na televisão e se dá conta que o "monstro" (como ela lhe chama) do seu passado é real, já que por várias vezes chegou a pensar que o imaginara, Linda que vive atormentada com a morte da irmã e com o facto de que a policia nunca apanhou o seu assassino, decide que não vai perder mais tempo e que vai montar uma armadilha para obrigar Victor a confessar o crime de há doze anos atrás e finalmente o apanhar.
Não conta nada a nenhuma pessoas com quem convive (o editor ou a  assistente), nem à policia a quem confrontou anos a fio para saber de desenvolvimentos do caso.

A parte principal do seu plano é escrever um livro, de carácter completamente diferente dos habituais que lhe deram a fama, para que Victor, supostamente obrigado a lê-lo antes da entrevista, reconheça o crime e se reconheça como o criminoso e continuamos a ler, dividindo a nossa atenção agora com o livro escrito por Linda intitulado Irmãs de Sangue.

Com a leitura do livro Irmãs de Sangue, vamos tomando consciência do que foi a vida de Linda logo após ter encontrado a irmã morta.

E uma armadilha pode dar para os dois lados e neste caso, a armadilha montada por Linda, virou-se contra ela e a dada altura da tensão Linda já se vê a matar a irmã anos antes e a inventar a história (habilidade que tem desde criança) de que viu alguém. E toda a tribulação de Linda e a forma como a mesma nos é dada a conhecer, com a repetição de frases e de palavras durante o mesmo parágrafo da narrativa, leva-nos igualmente a pensar o mesmo. Apenas... é muito cedo no livro para o assunto ficar concluído dessa forma e não nos parece que a autora vá empastelar para ocupar o restante espaço. E não fica mesmo!

O que parece ser, não o é, nem para nós, nem para Linda e as reviravoltas sucedem-se tal como se sucedem os momentos de tensão da narrativa e os momentos de desorientação psicológica da personagem, até ao desenlace final.


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