quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Do Inferno Também se Volta


Ontem cheguei a casa e tinha esta prenda na caixa do correio.

A autora ofereceu e eu não podia estar mais contente, por vários motivos: é livro e esta é uma prenda que sabe sempre bem; estava na duvida se comprava ou não, com receio de não gostar do tema, porque da autora gosto; e por ser de quem foi.

Depois das festas, mal possa, passo à leitura. Depois informo.

Um beijinho Maria de Fátima Soares.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

A Ordem



Segundo volume de uma trilogia que se iniciou com o livro Silo, vamos descobrir o mundo antes do silo 18 do primeiro livro. Vamos descobrir ao longo do livro o porquê dos silos, a responsabilidade de quem decidiu "enterrar" parte da humanidade para a ir descartando à medida que os problemas sucedem.

Enquanto no primeiro livro os moradores do silo 18 e nós, leitores, só sabemos da existência deles próprios, a não ser quando na ultima parte do livro, Juliette decide sair por sua conta e risco e dá-se conta que há mais silos, alcançado o silo mais perto de si e encontrando gente viva lá dentro, num ambiente de morte e destruição que se arrastou por anos, neste segundo livro sabemos como foi decidido fazer um reset à humanidade e criar silos para manter os que tiveram a "sorte" de ser escolhidos, confinados.

Entre datas, uma vez que a cronologia não é sequencial, vamos viver a vida dos que tiveram o privilégio de ficar no silo 1, dando-nos conta de que eles controlam a vida nos outros silos, sem que os mesmos saibam. Mantém a ordem nos silos através de um mandatário que sabe da existência de alguém superior e quando essa ordem é quebrada e nem a condenação à limpeza do exterior que equivale a uma sentença de morte, mantém os ocupantes em ordem, dizimam a população desse silo, pelo carregar de um botão.

Vamos ver a procura de um dos personagens pelas razões daquelas decisões, as suas lutas emocionais ao dar-se conta da sua responsabilidade, vamos aperceber-nos que a fuga de Juliette no primeiro livro, é a responsável pelo "despertar" desse personagem do silo 1 e vamos a dada altura do livro, no ultimo terço, encontrar-nos com Jimmy do silo 17, o único habitante do silo que Juliette encontra na sua fuga.

Confesso que apesar de se tratar do silo 1, embora intercalado com situações em mais um ou dois silos, achei que era mais do mesmo do primeiro livro. Vida de clausura num local e o desejo de alguns verem in loco o que há lá fora, se é que há. 
Só me começa a interessar realmente, quando me dou conta de que a fuga de Juliette é dor de cabeça para esse silo, anos mais tarde do inicio do livro e quando nos explicam como é que Jimmy ficou só no seu silo.

Não vou a correr atrás do terceiro - O Legado - mas se me chegar à mão, irei ler com curiosidade.

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Se Isto é Uma Mulher

Ganhei! Ganhei!
Num passatempo habitual no blogue Viajar Pela Leitura, ganhei este livro e não podia deixar de partilhar.

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Caixa de Pássaros


Romance de estreia de Josh Malerman, “Caixa de Pássaros” é um thriller psicológico tenso e aterrorizante, que explora a essência do medo. Uma história que vai deixar o leitor completamente sem fôlego mesmo depois de terminar de ler.
Basta uma olhadela para desencadear um impulso violento e incontrolável que acabará em suicídio. Ninguém é imune e ninguém sabe o que provoca essa reação nas pessoas. Cinco anos depois do surto ter começado, restaram poucos sobreviventes, entre eles Malorie e dois filhos pequenos. Ela sonha em fugir para um local onde a família possa ficar em segurança, mas a viagem que tem pela frente é assustadora: uma decisão errada e eles morrerão

Quando iniciamos a leitura, já se desencadearam todos os acontecimentos que levaram a que Malorie e as crianças ficassem sozinhas, a lutar pela vida num mundo onde um simples olhar para o exterior pode matar.

Os personagens passam a maior parte do livro vendados, porque olhar era matar e morrer! Mas nem por isso deixamos de imaginar, mais ainda do que o narrador nos diz que eles imaginavam. Os sons conhecidos podem alertar ou assustar e os desconhecidos aterrorizam. E passamos o livro que é a lembrança de Malorie, do que se passou nos cinco anos antes da sua viagem com as crianças, vendadas, pelo rio, para um porto seguro, a viver aflitos com os personagens.

A querer e não conseguir encontrar respostas a tantas perguntas que fazemos, apenas aflitos com a aflição de Malorie, desejando que ela chegue ao destino, esperando que o destino seja de facto seguro.

O final do livro, não dás quaisquer respostas ou explicações sobre o porquê e o como do que aconteceu, nem sobre quem são as ditas criaturas que se acreditava serem assustadoras e cujas dimensões iam além da compreensão humana e as responsáveis pela loucura que tomava as pessoas e damos-nos conta de que o recheio do livro são as emoções humanas e as suas atitudes em casos deste género.

Para alguns o final do livro é a abertura para outro livro, mas acho que não há sequência que resulte depois deste livro. Tudo sairia desconsolado, depois de tantas emoções narradas neste. Nem é o final esperado, mas também não consigo imaginar outro.



quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Não se Esqueça de Paris




Tudo começa com uma carta.
Eve Pethwork é uma inglesa insegura e um tanto ansiosa que está assoberbada com os preparativos para o casamento da filha. Eve tem mais de quarenta anos e vive enclausurada em sua casa, pois espaços públicos lhe provocam angústia e a interação com outras pessoas é difícil para ela. 
Jackson Cooper é um escritor bem-sucedido que vive nos Estados Unidos. Apesar de estar sempre rodeado por pessoas, especialmente mulheres, vive em eterna crise amorosa. Enquanto tenta colocar seu relacionamento com a nova namorada nos trilhos, Jackson vive o maior bloqueio criativo de sua carreira. Sem rumo para o novo livro, começa a questionar suas escolhas e suas expectativas para o futuro.
Vencendo sua própria timidez, Eve decide escrever uma carta para Jackson, seu autor preferido, elogiando uma cena narrada em um de seus livros. Embora esteja acostumado com o assédio das fãs, ele é atraído pelas palavras de Eve e decide responder sua mensagem. A partir daí uma troca de mensagens surge entre eles.
A criatividade que falta a Jackson nas páginas em branco acaba sendo canalizada para a cozinha, onde passa horas preparando os mais diferentes pratos. Porém, para sua frustração, sua namorada é vegetariana e ele quase sempre é obrigado a degustar suas criações sozinho. Só que ele logo descobre que a culinária também é uma das paixões de Eve e o amor pela boa-mesa estreita ainda mais os laços entre os dois.
Apesar da distância e de não terem aparentemente nada em comum, a curiosidade fala mais alto e Jackson decide marcar um encontro com Eve. Como vivem em continentes diferentes, ele propõe como cenário a cidade de Paris, a Meca da gastronomia – e dos amantes. Eve é então colocada em xeque, sendo desafiada a vencer todos os seus medos em nome daquilo que pode ser a história de amor com a qual sempre sonhou.
Não se esqueça de Paris mostra que todos têm uma chance de ser feliz, independente da idade, da distância e dos próprios fantasmas. Considerado “Absolutamente perfeito”, pelo The New York Times e com os direitos para o cinema vendidos para a BBC, Não se esqueça de Paris mistura cartas, gastronomia e uma narrativa leve e repleta de sentimentos. Uma receita sedutora.


E poderia ficar por aqui,  porque esta sinopse diz tudo, ou pelo menos quase tudo.

Pela capa que achei maravilhosa e pelo título, decidi-me a ler a sinopse, pois há livros que só por estes dois factores me travam, e aí pensei, olha, mais um romance daqueles em que os protagonistas se escrevem, e um dia mais tarde, muito mais tarde encontram-se e são perfeitos um para o outro e ficam felizes para sempre, como há tantos filmes do género e este deu um filme ou vai dar. 

Mas ainda assim e apesar de, já várias vezes disse, não gostar de livros em que a história de amor é o assunto principal, comecei a ler. E não me arrependi. O amor não é o prato principal, o amor é apenas um condimento, e nem é o mais importante, neste livro, em que a troca de correspondência entre os dois é o prato mais forte. Trocam receitas, trocam opiniões e a dada altura até desabafam sentimentos não de um pelo outro, mas da vida de cada um e o livro torna-se agradável de ler e até saboroso, se considerarmos que a troca de informações culinárias é magnifica, entre dois estranhos.
E o encontro delineado desde quase o inicio da troca de cartas é marcado e aí eu voltei a pensar, lá vão eles estragar tudo e encontrar-se. Não, não estragaram tudo, de forma nenhuma.

A conclusão é curta, imprevisível (ou não) e deliciosa e confirma porque o livro não sendo magnifico dentro da literatura, é um muito agradável de ler, dentro do género.

Curiosidade: No final do livro, são-nos facultadas algumas das receitas que foram trocadas entre os dois.


terça-feira, 29 de setembro de 2015

Há problemas e problemas...



E estes problemas adensam-se quando para além dos que temos para ler, aparecem aqueles que ainda não temos e queremos ler:

O Peregrino de Terry Hayer (a sair dia 26 de Outubro)



As Gemeas do Gelo de S.K.Tremayne

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Marina

«Por qualquer estranha razão, sentimo-nos mais próximos de algumas das nossas criaturas sem sabermos explicar muito bem o porquê. De entre todos os livros que publiquei desde que comecei neste estranho ofício de romancista, lá por 1992, Marina é um dos meus favoritos.» «À medida que avançava na escrita, tudo naquela história começou a ter sabor a despedida e, quando a terminei, tive a impressão de que qualquer coisa dentro de mim, qualquer coisa que ainda hoje não sei muito bem o que era, mas de que sinto falta dia a dia, ficou ali para sempre.» Carlos Ruiz Zafón «Marina disse-me uma vez que apenas recordamos o que nunca aconteceu. Passaria uma eternidade antes que compreendesse aquelas palavras. Mas mais vale começar pelo princípio, que neste caso é o fim.» «Em Maio de 1980 desapareci do mundo durante uma semana. No espaço de sete dias e sete noites, ninguém soube do meu paradeiro.» «Não sabia então que oceano do tempo mais tarde ou mais cedo nos devolve as recordações que nele enterramos. Quinze anos mais tarde, a memória daquele dia voltou até mim. Vi aquele rapaz a vaguear por entre as brumas da estação de Francia e o nome de Marina tornou-se de novo incandescente como uma ferida fresca. «Todos temos um segredo fechado à chave nas águas-furtadas da alma. Este é o meu.»


Mais uma vez a escrita de Carlos Ruiz Zafón leva-nos pelas ruas esquecidas de Barcelona. Ruas esquecidas de épocas passadas, ao encontro do casario decrépito, onde, por encanto, há vida. Vida essa que nos puxa, nos arrasta e nos envolve em histórias que passados tempos nos esquecemos que as vivemos e são como lembranças que de quando em quando nos tocam.

Tal como nos outros livros do autor que já li há um amor pela Barcelona mais antiga que se deixa transparecer, à medida que o personagem percorre as suas ruas à busca de aventuras. E elas estão lá, à espera, à nossa espera.
A melancolia com que a ação nos é apresentada, apenas suplantada pelo mistério, agarra-se a nós e quando a leitura termina, ficamos parados, perdidos, mas cheios!
É assim que eu gosto de terminar a leitura de um livro. Com a sensação de que o que li, foi vivido e não me importava de voltar a viver!

Bem preparado, dava um filme ao estilo de O Fantasma da Ópera, com direito a teatros decrépitos a arder e a vilões terríveis a serem destruídos por esse mesmo fogo, enquanto os personagens principais depois de fugas e lutas desesperadas sobrevivem... pelo menos àquela destruição... às outras posteriores, físicas ou psicológicas não irão escapar.

Se são fãs do autor, dou-vos os meus parabéns, porque ele merece todos. Se ainda não leram, não levem tanto tempo quanto eu levei e atirem-se à magia deste livro.

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Convite





Tenho a honra de convidar para o lançamento do livro Linhas Entre Nós, que será apresentado no dia 19 de setembro, sábado, às 16H30, no Auditório da Biblioteca Municipal de Sintra – Casa Mantero – Rua Gomes de Amorim, 12 – 2710-569 Sintra.
A sessão será enriquecida com atos culturais e recreativos, seguida de “uma jeropiga de honra”.

J. A. Marcos Serra (j.a.marcosserra@gmail.com)

Informações complementares:
- estacionamento gratuito no Largo dos Serviços Municipalizados (frente às Finanças e ao SMAS), ou entre o Centro Cultural Olga Cadaval e a Biblioteca, na rua Câmara Pestana.
- confluência a partir das 16H00
- não é necessário imprimir o Convite

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Quando a inspiração vem em forma de outono...




Acho que há tempos, muitos, escrevi aqui que a inspiração para os meus contos (que não me atrevo a chamar livros ao que escrevo), vem de um personagem, de um estado de espírito ou de uma situação, pontuais.

Mas, com a chegada do Outono que nos bate à porta, dou-me conta que a minha inspiração vem em forma de estação do ano.

Os dias mais curtos e os fins de tarde frescos, que neste fim de semana, se apresentaram cinzentos e chuvosos em alguns períodos de tempo, deu-me que pensar.

Era capaz de iniciar um novo conto, pensando em dias deste tipo, tão somente soubesse o que iria escrever quando esse dia passasse.


quinta-feira, 3 de setembro de 2015

O Tempo Entre Costuras



«O Tempo entre Costuras» é a história de Sira Quiroga, uma jovem modista empurrada pelo destino para um arriscado compromisso; sem aviso, os pespontos e alinhavos do seu ofício convertem-se na fachada para missões obscuras que a enleiam num mundo de glamour e paixões, riqueza e miséria mas também de vitórias e derrotas, de conspirações históricas e políticas, de espias.
Um romance de ritmo imparável, costurado de encontros e desencontros, que nos transporta, em descrições fiéis, pelos cenários de uma Madrid pró-Alemanha, dos enclaves de Tânger e Tetuán e de uma Lisboa cosmopolita repleta de oportunistas e refugiados sem rumo.



Quando em 2009, este livro foi lançado e andou falado pelos meios informativos ao nosso alcance, pensei que era um livro que queria ler.
Mas porque não o comprei logo, porque não tive quem o emprestasse e porque meti outros à frente, fui perdendo aquele interesse inicial.
Andou sempre pelas minhas wish lists de leitura, mas por algum motivo, havia sempre algum que se metia pela frente.
Que desperdício!!
Tantos anos para pegar neste livro e ler!

É do melhor que ultimamente li. Um romance de amor e traições (nem todas de amor) uma pequena enciclopédia sobre o estado do mundo e de Espanha antes e durante a guerra civil e a  II Grande Guerra e um vaivém de espiões e agentes secretos. Tudo apresentado de uma forma tão interessante que não nos dá o aborrecimento de livros de história, nem a moleza de romances de amor e o amor está lá. E é assim que eu gosto de o ler, fazendo parte da narração, sem sem a parte principal!
A narrativa é tão viva que não querendo comparar um livro com um filme, faz-nos recordar aqueles bons filmes de espiões e agentes secretos em que nos sentimos parte integrante da história que apresenta. E com este livro, acontece isso, estamos lá. Não contribuímos para nada, mas estamos lá, na acção, na primeira fila.

O tipo de escrita é leve, fluido, apelativo e quando temos que por o livro de parte, para outros afazeres, ficamos desejando recuperá-lo para continuar a ler. E isto, meus amigos, é o supra sumo da leitura! É assim que um livro nos deve fazer sentir.

Não vou falar dos personagens, porque não tenha nada a dizer, está tudo dito no livro! Por isso, leiam se ainda não leram. Não percam o tempo que eu perdi e se só agora ouviram falar, aproveitem!

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

O Jardim de Ossos


Boston, 1830. Para pagar seus estudos, Norris Marshall, um estudante de medicina talentoso, mas sem recursos financeiros, integra as fileiras dos “ressurreicionistas” — saqueadores de tumbas que negociam cadáveres no mercado negro. Contudo, até mesmo esse mórbido comércio parece insignificante diante do corpo mutilado de uma enfermeira encontrado no terreno do hospital universitário. Quando um médico conceituado sofre o mesmo destino, Norris descobre que seu ganha-pão ilícito o transformou no principal suspeito dos crimes.
Para provar sua inocência, o estudante precisa encontrar a única testemunha que viu o assassino: Rose Connolly, uma bela costureira dos cortiços de Boston. Ao lado do sarcástico e inteligente jovem Oliver Wendell Holmes, Norris e Rose vasculham a cidade em busca de um maníaco que aguarda a próxima oportunidade para matar.

Massachusetts, dias atuais. Julia Hamill fez uma descoberta terrível em sua nova casa no interior: um crânio enterrado no jardim. Humano, feminino e, de acordo com a patologista Maura Isle, com traços inconfundíveis de um homicídio. Quem quer que tenha sido ou o que tenha acontecido com aquela mulher, é algo perdido no passado.
Com suspense incansável e uma perfeita reconstituição de época, O jardim de ossos intercala habilmente a história de protagonistas dos séculos XIX e XXI, desvendando os mistérios obscuros através do tempo e do espaço. Forte, sangrento e brilhante, confirma o talento primoroso de Tess Gerritsen.

E parece de propósito, mas foi por mero acaso, acabei a ler e de ler, mais um livro onde o passado e presente se misturam e nos são dados vislumbres de um e de outro. A única diferença, com o livro anterior, é que o presente são apenas vislumbres para nos aguçar a curiosidade, já que a verdadeira história é toda do passado.

À medida que Julia e Henry deambulam por entre cartas antigas e recortes de jornais, vão tomando conhecimento de uma história do século XIX, e a mesma é-nos apresentada, como se fosse e sendo a parte principal do livro. Concluo que o presente é apenas para se tornar interessante e para dar um quinhão de maravilhoso ao final com uma descoberta curiosa, porque a história de Norris, Rose e do Estripador era suficiente para o livro todo.

Perdeu-se um pouco, em certas alturas, porque pelo formato e-book, alguns parágrafos não estavam devidamente separados, mas depois de ler uma linha, ficávamos integrados na narração.

Se gostam de Tess Gerritsen e não conhecem este livro, aconselho a sua leitura, apesar de algumas cenas mais duras. Se não conhecem é um bom livro para começar.



Prisioneiros do Inverno


Muitos acreditam que a pequena cidade de West Hall seja mal-assombrada. Ao longo de sua história, vários casos de pessoas desaparecidas foram registrados na região – mistérios nunca desvendados. Alguns moradores inclusive juram que o espírito de Sara Harrison Shea, encontrada morta em 1908, ainda vague pelas ruas à noite.
A jovem Ruthie acredita que tudo não passa de uma grande bobagem. Porém, quando sua mãe desaparece sem deixar vestígios, ela começa a desconfiar de que aquela região guarda algum mistério, e suas suspeitas são reforçadas quando ela e a irmã encontram uma cópia do diário de Sara escondido em casa. Na busca pela mãe, Ruthie encontra respostas perturbadoras, e ela pode ser a única pessoa capaz de evitar que um grande mal aconteça.

Posso começar por dizer que não é, de todo, o tipo de leitura que me interesse, mas apesar do assunto e de algumas opiniões mais ou menos exageradas sobre o medo que dá ler sobre fantasmas, é bastante leve para o tema e lê-se facilmente se não estivermos à espera de nada de mais.

Não costumo gostar de narrativas em que o presente e o passado se intercalam. Costumam cortar o fio à meada de quem lê (eu, porque deve haver quem goste), mas no caso deste livro que como já disse, não é profundo nem complexo, não corta nada e até ajuda para irmos mudando, não de assunto, mas de caminho no assunto.

Enquanto no presente, alguns personagens tais como Ruthie, que procura a mãe e outros dois personagens (que não conto aqui) que procuram uma forma de despertar os seus entes queridos, entretanto falecidos, no passado vamos sendo levados aos poucos, pelas situações que provocaram o "caos" do presente.

A sinopse foi bem apresentada, mas não para este livro, pois trata-se um pouco disso sim, mas não é esse o assunto do livro. Acredito que no entanto, esta sinopse puxa por nós e poderá levar-nos a esperar mais do livro, se não nos dermos conta de que tem só um bocadinho a ver.

Embora goste de ler, às vezes, livros leves que não nos obrigam a pensar - também temos direito a ler apenas para passar o tempo - não aconselho este. Não tem nada de mais, a não ser que gostem de ler histórias de fantasmas, pois a mim, parece-me daquelas histórias que os miúdos contam à luz das fogueiras nos acampamentos, para assustarem os outros e gritarem muito.

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Quando o Cuco Chama


Quando uma jovem modelo, cheia de problemas na sua vida pessoal, cai de uma varanda coberta de neve em Mayfair, presume-se que tenha cometido suicídio. No entanto, o seu irmão tem dúvidas quanto a este trágico desfecho, e contrata os serviços do detective particular Cormoran Strike para investigar o caso. Strike é um veterano de guerra - com sequelas físicas e psicológicas - e a sua vida está num caos. Este caso serve-lhe de tábua de salvação financeira, mas tem um custo pessoal…
Um policial envolvente e elegante, mergulhado na atmosfera de Londres. Quando o Cuco Chama é um livro notável, um romance policial clássico na tradição de P. D. James e de Ruth Rendell, que marca o início de uma série verdadeiramente singular escrita por Robert Galbraith, o pseudónimo de J.K. Rowling, autora da série Harry Potter e do romance Morte Súbita.


Acabadinho de ler, posso dizer para já que gostei, muito.

É daqueles policiais, onde nos vamos dando conta do sucedido, à cerca do caso que está a ser investigado  à medida que as várias personagens são interrogadas pelo investigador, neste caso um detective privado de seu nome Strike, conforme o resumo.

E com os relatos dos vários envolvidos com a vitima, vamos nos dando conta de que alguns desses relatos não estão de acordo com o que foi decidido pela policia e pelos tablóides. E afinal, John Bristow, o irmão da vitima, tinha razão e a sua irmã, famosa modelo não se suicidou. 
Claro que mais interessante ainda do que ler apenas, é tentar reunir esses relatos e chegar a conclusões sobre o crime, sobre o poiso das testemunhas e invariavelmente sobre o assassino.

Confesso que nunca tive como objectivos na leitura destes livros, descobrir os assassinos, nem me esforço muito para isso. Leio, tomo atenção ao que é dito, até faço uma ou outra comparação, mas deixo os especialistas concluírem. 
E neste caso gostei muito da conclusão. Pensando bem tem lógica ser o assassino quem é, e se calhar até me lembrei dessa personagem, por acaso, mas não insisti e o desfecho apanhou-me agradavelmente de surpresa.


Strike é um personagem ligeiramente atormentado que tem a sorte de arranjar uma secretária que lhe dá algum sentido à vida. Não a nível emocional e isso agradou-me imenso, porque me preocupei se no fim acabassem os dois agarrados, mas sim a um nível prático da vida. Apesar do seu trabalho ser um trabalho importante, a falta de meios financeiros para contratar uma secretária competente, dava a ideia de que o que fazia não era nada de mais, nem valia um trabalho burocrático de bastidores. Mas Robin, veio trazer-lhe outro ânimo e foi com a sua ajuda que deu uma reviravolta a um dos assuntos ligados ao caso.

Podem ler e vão gostar de certeza. Não é exigente, nem complexo e como já disse, vamos conhecendo o que se passou com a vitima dias antes da sua morte, pelos relatos dos que a acompanharam nessa altura. Vamos conhecendo o dia a dia dos famosos, em que o seu exterior de glamour é ensombrado por dramas familiares, psicológicos, onde a droga reina. E é comparando todos esses relatos, com as suas eternas notas manuscritas que Strike brilha no final confrontando o assassino.






segunda-feira, 27 de julho de 2015

As Mãos Desaparecidas

Um detective torturado, três perturbadores suicídios, um mundo de terror.

Mario Vega tem sete anos e a sua vida vai mudar para sempre. Numa casa de um subúrbio rico de Sevilha, o pai jaz morto no chão da cozinha e a mãe foi sufocada na sua própria cama. Inicialmente parece ser um suicídio, mas o inspector-chefe Javier Falcón tem as suas dúvidas quando encontra um enigmático bilhete amarrotado na mão do morto. 
Sob o calor brutal do Verão, Falcón inicia a investigação à obscura vida de Rafael Vega e começa a receber ameaças da máfia russa que opera na cidade há algum tempo. A sua investigação aos vizinhos de Vega levam-no a um casal americano com um passado devastador e ao tormento de um actor famoso, cujo único filho se encontra na prisão por um crime terrível. 
Seguem-se mais dois suicídios - um deles o de um polícia graduado - e um incêndio florestal que alastra pelas colinas de Sevilha. Falcón tem agora de desvendar a verdade, revelando que está tudo ligado e que há mais um segredo na vida sinistra de Rafael Vega.


A leitura deste livro, confirma que gosto de ler Robert Wilson.
A escrita forte, complexa, mas de fácil assimilação desde que dediquemos mais de cinco minutos à mesma. Pois se lermos duas linhas ou três, por ler, perdemos-nos no emaranhado dos pormenores e explicações ricas e profundas, mas não enfadonhas como em alguns autores que eu já li.

Os enredos são fortes, parecem-nos intransponíveis, mas depois de desvendados, apreciamos a singeleza da coisa, a justificação, a lógica. Claro que temos sempre que encarar personagens com suas tendências politicas mais ou menos entranhadas, mas isso é a escrita de Robert Wilson. Em todos os livros dele que já li, há uma manifesta tendência para a politica ou ideias politicas, apresentadas como parte da ação, sem serem a ação, mas justificativas de partes da mesma.

Javier Falcon é um detective que teve problemas na vida (não precisamos de os ter vivido com ele, porque vão-nos sendo apresentados de quando em quando, como justificações e sombras da vida atual). Não o abafam, nem o tornam uma personagem aflita, sofredora. Apenas lhe dão caracter e razão de ser como é.

Quando começa a descobrir que todas as mortes estão ligadas, a tudo (e mais não digo para não ser spoiler) não descansa enquanto não leva os criminosos à justiça. Se não consegue por um motivo, conseguirá por outro.

Se gostam de um bom policial, cheio de personagens reais com todas as melhores virtudes e os piores defeitos do ser humano, aconselho a leitura.

Só para vos dar um vislumbre do tipo de escrita de Roberty Wilson, deixo aqui dois excertos:

A visita a uma prisão e o transmitir o ambiente que se percebia.
"O ar estava repleto de mentes aborrecidas curvadas sobre tempo comprimido enquanto estavam a beber o forte licor hormonal de frustrações engarrafadas"

Conversa entre dois homens. Oponentes por motivos pessoais, mas na mesma causa profissional.
"Calderón lançou-lhe um olhar que lhe acertou de raspão na orelha."

A escrita, como já disse é forte, complexa, mas lógica, direta e tem no entanto este tipo de narração ao longo de todo o livro, sem no entanto, o encher e se tornar demasiado cheio de nada.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

O Silo


Num mundo pós-apocalíptico, encontramos uma comunidade que tenta sobreviver num gigantesco silo subterrâneo com centenas de níveis, onde milhares de pessoas vivem numa sociedade completamente estratificada e rígida, e onde falar do mundo exterior constitui crime. As únicas imagens do que existe lá fora são captadas de forma difusa por câmaras de vigilância que deixam passar um pouco de luz natural para o interior do silo. Contudo há sempre aqueles que se questionam... Esses são enviados para o exterior com a missão de limpar as câmaras. O único problema é que os engenheiros ainda não encontraram maneira de garantir que essas pessoas regressem vivas. Ou, pelo menos, assim se julga...

Não o li em nenhum record de tempo, mas li rapidamente. E isso significa que lemos e lemos e queremos saber o que vai acontecer.
Hugh Howey tem uma escrita fluída, com apenas uma condicionante, pelo menos neste livro que é o único que até agora li dele, demasiados detalhes. Houve alturas em que me "perdi" na arquitectura daquele silo, no labirinto dos corredores e câmaras de cada nível. Não me prejudicou em nada e às vezes acho que tal confusão, apesar de tão detalhadamente exposta, serviu para imaginar até que ponto será claustrofóbico viver num local daqueles. De tal forma, que quando no inicio, Holston, uma das personagens que foi condenada à limpeza, eu já desejava que ao chegar lá fora, visse um mundo diferente do que as câmaras "nos" davam a conhecer e ficasse a viver, de alguma forma, no exterior.Mas não, assim o livro não teria razão de se chamar O Silo.

Embora não especialmente de ler livros em que a maior parte da narração é interrompida por cenas passadas, para nos justificar aquela acção do presente que estamos a ler, gostei da forma, como nos primeiros capítulos, o autor nos apresenta uma situação (que pela sinopse sabemos que se trata de uma sentença de morte a quem se atrevia a por em causa) e no capítulo seguinte voltávamos atrás (mas já após a parte em que conhecemos a personagem) para sabermos como ela tinha chegado aí. E lá voltava eu a desejar que agora aquela personagem conseguisse viver no exterior. Está visto que a claustrofobia, ainda que discretamente apresentada, estava lá. A sociedade tem que ter regras para funcionar, mas regras baseadas no terror não são funcionais.

Gostei muito de Juliette. Uma mulher sem dúvidas e sem conflitos interiores que a tornassem uma "apertadinha" do estilo não sei o que faço ou vá fazer. Nada disso. Tomava os assuntos que pretendia resolver nas mãos e seguia em frente, sem perder tempo. É aquele tipo de personagem que neste tipo de histórias, vai dar a volta a tudo tal como um tornado ou um libertador. E são as ações de Juliette que fazem a história deste livro.


Não digo mais nada, ou vou estragar a surpresa de quem ainda não leu e deseje ler, embora gostasse mesmo de dizer mais algumas coisas, mas ia ser spoiler, de certeza.

No final deste silo, tive a oportunidade de ler o primeiro capitulo do livro que se segue e que não é nada mais nada menos do que a história anterior a esta. Ora, tendo nós lido, a vida de uma humanidade pós-apocalíptica em silos, há-de ser interessante recuar e saber como se chegou lá exatamente, pois a dada altura nos finais do primeiro livro, há uma espécie de uma explicação muito pouco detalhada de uma personagem a outra.

É uma distopia, claro. Que pelo visto, anda agora muito na moda, porque os autores já chegaram à conclusão que a realidade atual, deixou de ser interessante e dedicam-se ao futuro e sempre a um futuro negro. Mundos pós-Apocalipse (alterando o significado do nome, já que Apocalipse é o fim, o derradeiro ato do mal, desejando que se sobreviva ao mesmo, porque sim), onde as sociedades vencem pelo medo, sujeitas a opressões sem fim, onde o simples fato de se desejar respirar é crime que se paga com a vida.



terça-feira, 16 de junho de 2015

Coleccionar livros... por ler...

Eu gosto mesmo é de coleccionar livros por ler...
Ainda não consegui ler metade da primeira mini pilha de livros recém adquiridos e já andei à cata de outros (para o kindle).


terça-feira, 19 de maio de 2015

Nunca me Encontrarão


Charles Boxer arruinou a sua vida familiar. Primeiro o exército, depois a polícia, seguindo-se missões de alto risco de resgate de vítimas de rapto. A ex-mulher e a filha aprenderam a viver sem ele à medida que o seu trabalho o foi levando a lugares de onde nenhum homem regressa ileso. A tentativa de reconstruir um relacionamento com Amy, a sua filha adolescente, não tem sido fácil. Mas Boxer só percebe a que ponto as coisas chegaram quando Amy desaparece, provocando os pais com as últimas palavras do seu bilhete: «Nunca me Encontrarão.» Porque não querem receber as notícias que todos os pais temem, Charles Boxer e Mercy Danquah aceitam o desafio. No entanto, depois de ter passado anos a localizar vítimas de rapto, Boxer sabe que, às vezes, o desaparecido não quer ser encontrado. E conhece o inferno que isto traz para as famílias – não está vivo nem morto, simplesmente desapareceu. Agora que o perigo lhe bateu à porta tem que desvendar o caso mais difícil em que alguma vez trabalhou.

Sabem quando nos dá uma branca? Deu-me uma dessas ou doutras, porque de vez em quando vinha ao blogue para visitar os blogues que tenho em lista e olhava para o meu ultimo post e pensava: isto está muito desatualizado.

Claro que estava, porque lido o primeiro livro dos cinco previstos, esqueci-me!

Não porque fosse desagradável, mas porque me esqueci e pronto.

E vamos lá ao comentário que com tanto esquecimento, não será o mais fiável.

Gostei. Aliás eu já conhecia Robert Wilson de outra leitura. Gosto da forma como escreve e gostei da forma como neste livro, enredou duas histórias que nada tinham uma a ver com a outra. Apenas as pessoas nelas envolvidas, estavam envolvidas uma com a outra e com um dos enredos.

Amy desaparece conforme diz na sinopse e deixa um bilhete provocador: Nunca me encontrarão. E quando começamos a ver a preparação do desaparecimento de Amy dá-nos vontade de lhe dar um par de estalos e de lhe dizer o que alguém mais à frente diz: a adolescência não é um mar de rosas, mas temos que respirar fundo e avançar. E o avançar não é culpar tudo e todos e fugir.

Mas a dada altura (atenção a spoiler!!!) pensamos: tens razão Amy, assim ninguém te vai encontrar, miúda estúpida!
Da boca para fora, claro, porque até ficamos chocados (mais ou menos). E achamos que é daqueles livros em que as buscas pelo desaparecido, não vão dar em nada, quando o suposto desaparecido é morto nas primeiras páginas! E se calhar o enredo do livro é a luta de quem procura e o sofrimento de quem não encontra e Robert Wilson é bom nisso.

Mas não! Afinal não é bem como o principio nos leva a crer e a busca vai ser bem sucedida. Aliás, os dois casos vão ser bem sucedidos! 
Falei demais? Provavelmente e lamento if has spoiled as expectativas de quem ainda não leu.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Estou feliz... (por norma sou feliz)

Normalmente tenho livros por ler, em casa.
Heranças, ofertas, qualquer coisa que me faz chegar às mãos (estantes) livros que nunca vou ler.
Por isso estão por ler...
Mas ao dia de hoje, tenho livros para ler, em casa.
Nada mais, nada menos do que cinco livros. Quatro de minha escolha, um de escolha alheia que até me apela à curiosidade.

Sapatos de Rebuçado, Joanne Harris


Sapatos de Rebuçado é mais uma viagem ao mundo encantado de Joanne Harris. Um (esperado) regresso a Chocolate.
Após ter abandonado a aldeia de Lansquenet-sur-Tannes, cenário de Chocolate, Vianne Rocher procura refúgio e anonimato em Paris, onde, juntamente com as suas filhas Anouk e Rosette, vive uma vida pacífica, talvez até mesmo feliz, por cima da sua pequena loja de chocolates. Não há nada fora de comum que as destaque de todos os outros. A tempestade que caracterizava a sua vida parece ter acalmado... Pelo menos até ao momento em que Zozie de l’Alba, a mulher com sapatos de rebuçado, entra de rajada nas suas vidas e tudo começa a mudar… 
Mas esta nova amizade não é o que parece ser. Impiedosa, retorcida e sedutora, Zozie de l’Alba tem os seus próprios planos - planos que vão despedaçar o mundo delas. E com tudo o que ama em jogo, Vianne encontra-se perante uma escolha difícil: fugir, tal como fez tantas outras vezes, ou confrontar o seu pior inimigo… 
Ela própria.


Nunca me Encontrarão,  Robert Wilson

Charles Boxer arruinou a sua vida familiar. Primeiro o exército, depois a polícia, seguindo-se missões de alto risco de resgate de vítimas de rapto. A ex-mulher e a filha aprenderam a viver sem ele à medida que o seu trabalho o foi levando a lugares de onde nenhum homem regressa ileso. A tentativa de reconstruir um relacionamento com Amy, a sua filha adolescente, não tem sido fácil. Mas Boxer só percebe a que ponto as coisas chegaram quando Amy desaparece, provocando os pais com as últimas palavras do seu bilhete: «Nunca me Encontrarão.» Porque não querem receber as notícias que todos os pais temem, Charles Boxer e Mercy Danquah aceitam o desafio. No entanto, depois de ter passado anos a localizar vítimas de rapto, Boxer sabe que, às vezes, o desaparecido não quer ser encontrado. E conhece o inferno que isto traz para as famílias – não está vivo nem morto, simplesmente desapareceu. Agora que o perigo lhe bateu à porta tem que desvendar o caso mais difícil em que alguma vez trabalhou.

As Mãos Desaparecidas, Robert Wilson

Mario Vega tem sete anos e a sua vida vai mudar para sempre. Numa casa de um subúrbio rico de Sevilha, o pai jaz morto no chão da cozinha e a mãe foi sufocada na sua própria cama. Inicialmente parece ser um suicídio, mas o inspector-chefe Javier Falcón tem as suas dúvidas quando encontra um enigmático bilhete amarrotado na mão do morto. 
Sob o calor brutal do Verão, Falcón inicia a investigação à obscura vida de Rafael Vega e começa a receber ameaças da máfia russa que opera na cidade há algum tempo. A sua investigação aos vizinhos de Vega levam-no a um casal americano com um passado devastador e ao tormento de um actor famoso, cujo único filho se encontra na prisão por um crime terrível. 
Seguem-se mais dois suicídios - um deles o de um polícia graduado - e um incêndio florestal que alastra pelas colinas de Sevilha. Falcón tem agora de desvendar a verdade, revelando que está tudo ligado e que há mais um segredo na vida sinistra de Rafael Vega.

O Fator Humano, Grahan Greene

Os Grandes Mistérios da História, vários autores

Agora vamos lá se vou dar conta destas leituras em prazos decentes... claro que o quinto é mais de leitura tipo consulta. Sem principio, meio ou fim estipulados.

segunda-feira, 30 de março de 2015

Contagem Decrescente




Sinopse
31 de Dezembro. Passagem de ano.
Rodrigo Tavares, um proeminente detective da Polícia Judiciária, encontra-se em Almada para assistir ao espectáculo pirotécnico quando recebe um telefonema que muda a sua vida por completo, levando-o a perceber que tinha chegado o momento que tanto temera: a concretização de uma ameaça homicida proferida pelo assassino que mais lhe custara capturar no passado.
Rodrigo tem até dia 15 de Janeiro para deter o assassino, ou as consequências serão devastadoras. E não apenas para si.
Quando o detective observa a forma excruciante e desumana como a primeira vítima fora assassinada, percebe a importância e a seriedade do que está a acontecer, e é então que começa a corrida contra o tempo.
O que começa por ser uma caça ao homem transforma-se rapidamente em algo muito maior e aterrorizador. Ao mergulhar num mundo de trevas e muitas dúvidas, medo e desespero, Rodrigo receia o futuro como nunca antes o fizera.
E agora passando à critica propriamente dita, esclareço desde já que se a mesma raiar um spoiler ,lamento, mas nunca poderia criticar devidamente, deixando coisas por dizer.
Gostei da escrita, gostei muito mesmo. Fluída, clara, fresca, ao ponto de estarmos sempre dispostos a continuar a ler. E a acção, é a de um bom policial, sem confusões, mas com todas as complicações que um "bom" crime arrasta consigo. Houve descrições que eram prescindíveis (como por exemplo: que me interessa a mim que o kit de criminologia do Rui, tenha cinco pinças, seis rolos de fita, ou post its? Não liguem às quantidades, foi apenas um exemplo.
Acho que as cenas de Fábio e Óscar com as namoradas podiam ter tido menos assunto, e a dada altura até achei que as meninas estavam envolvidas nos crimes de Valter, de alguma forma, mas sou só eu que sou maquiavélica. E uma parte a favor de um autor, é levar-nos a pensar uma coisa e ela ser outra. Por isso, estás de parabéns Bruno Franco.
Voltando à escrita e à forma interessante como o autor descreve a sua acção, só tenho a lamentar que essa fluidez de escrita, volta não volta fosse interrompida por uma acção no passado que me irritou muito. Não gosto, não só neste livro, mas em qualquer bom livro, de ser interrompida na minha linha de leitura e raciocínio por uma acção no passado. Quanto a mim não precisava dessa explicação sobre a vida de Afonso, sobre o como chegou onde chegou e porque fez o que fez. Não quero saber, não me interessou nada e dei por mim a saltar linhas para chegar rapidamente ao presente. 
A minha sorte é que esta acção, teve poucos capítulos e tirando o primeiro que inicialmente me baralhou, sempre que lá chegava, já sabia onde estava e suspirava de enfado.
Quanto à acção principal em si, só notei um aspecto fraco na coisa. Atenção: spoiler - podem parar por aqui, saltar este parágrafo e ler apenas o próximo.
Eu jamais poria os policias apenas uma hora antes do prazo limite a guardar o exterior das portas, em especial depois de terem percebido a tipo de preparação que o segundo crime teve e, jamais me ficaria pelo exterior. Arranjaria forma de me infiltrar no interior do mosteiro e esperar o seu encerramento ao publico. Nem que escondesse algum deles dentro da pia de água benta, ou debaixo de um banco ou de um altar. Cada vez que lia as preparações, só me apetecia dizer: dahh!! estão armados em ingénuos, meus! Quando me apanhei nos últimos capítulos a ler o que li, pensei: este autor é daqueles que termina quase quinhentas e trinta páginas de acção, nas ultimas duas, ou é dos que deixa o assunto pendente? É dos que deixa o assunto pendente.
Quanto aos personagens, tenho muito pouco contra, a não ser sobre o nosso protagonista Rodrigo, um bom detective, profissional, com um carácter sério e de mauzão com bom coração, que apesar de ter tido um passado trágico, já devia ter estaleca suficiente para não se deixar abater tanto de cada vez que as coisas lho faziam lembrar. No segundo crime, ai que me lembra a morte da mana e vou desmoronar a chorar; na tentativa do terceiro, ai que o assassino é fulano e tal (isto sou eu a tentar não ser spoiler) e vou ficar aqui a pensar na morte da bezerra, ou melhor da mana, e deixo o gajo fugir. Acho que era mesmo aí, depois dos milésimos de segundo do espanto inicial que lhe saltava em cima e lhe acabava com o sopro. Claro que se assim fosse, se calhar não haveria terceiro livro...
Bem, já desabafei tudo e desabafei da forma que me soou melhor e concluo dizendo, se ainda não leram Bruno Franco, estão à espera de quê?
Não li o primeiro livro, mas tenho a certeza que com a prática e o valioso contributo dos críticos, o terceiro vai ser ainda melhor!