quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Entranhado na Pele II


(imagem de Victoria Frances)

E terminei o conto que estava em andamento.
Tive pena de deixar os personagens irem embora. Estive com eles algum tempo (não sei quanto, porque nunca contabilizo a demora de um conto) e agora acabou. Acabou, é uma forma de dizer, porque irei estar com eles sempre que quiser, embora nessas próxima vezes já saiba exactamente o que está a acontecer.

"Muriel fez os metros que lhe faltavam a correr e quando alcançou Aeden e Fred, sorriu. Era um sorriso para os dois, mas oferecido em especial a Aeden.
- Assustaste-te com alguma coisa? - Brincou Fred, enquanto guardava as armas nos respectivos coldres e cintos.
- Como vou assustar-me com alguma coisa quando tenho que lidar com vocês os dois?
Fred riu-se. Claro que sim. Deveria ser preciso uma cabeça como a de Muriel para lidar com os dois de facto.
Aeden olhou-a. Um olhar doce, compreensivo. Sabia exactamente o que Muriel tinha sentido enquanto Amelia lhe sugava a energia e calculava quais teriam sido os seus pensamentos antes de ter ido ao encontro deles. Também percebera a corrida ao encontro dos dois e o sorriso.
Eram a certeza de que acontecesse o que acontecesse, ela estaria sempre do lado deles, dele.
E ele nunca os, a iria desiludir.
Estava habituado a enfrentar situações que lhe exigiam todo o esforço para se manter no seu lugar. No lugar que escolhera como viver.
Fez o esgar que tantas vezes fazia e que era o mais próximo de um sorriso e com um gesto de cabeça mandou que avançassem.
Naquele momento o que lhe interessava era afastar-se dali e daquele lugar de mortes e de sensações fortes que o atormentavam e lhe faziam aumentar a ansiedade que por natureza lhe estava entranhada na pele."

E como, coisa que nunca me aconteceu, este é o segundo conto com os mesmos personagens (depois do "Sangue do Meu Sangue") nada me garante que não os volte a encontrar e faça a minha primeira trilogia. E única já agora. Gosto mais de exclusivos.

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