terça-feira, 21 de julho de 2009

Memorial do Convento, José Saramago


A minha "tese" para o júri final do Processo RVCC foi sobre a leitura e mais precisamente sobre José Saramago e o "Memorial do Convento".

Quando ouvi falar de José Saramago, há uns anitos, quem me diria a mim que iria gostar e mais, que iria apresentar um trabalho sobre Memorial do Convento?

A primeira vez que me falaram de Saramago foi para me dizerem que tinha uma escrita muito complicada, muito condensada e que não fazia paragrafos, não tinha diálogos e nem usava pontuação.
Pois, eu li "Memorial do Convento" e digo o contrário, a escrita é maravilhosa,a falta de outra pontuação que não as vírgulas (claro que existem os pontos finais, nos finais dos parágrafos) obriga-nos a estar permanentemente concentrados no que estamos a ler para sabermos se as personagens interrogam ou exclamam... e temos apenas o tempo suficiente, pausa dada pela vírgula, para recobrar o fôlego e irmos para o trecho seguinte.

Diálogos há e muitos, porque as personagens estão sempre a falar umas com as outras, ou com elas próprias, apenas são frequentemente interrompidos pelo narrador.

Adorei o "Memorial do Convento". Dos três livros de Saramago que já li (sendo os outros dois "Ensaio Sobre a Cegueira" e "A Viagem do Elefante"), foi do que mais gostei. E não tardará muito para o voltar a repetir. E não é coisa que eu faça muitas vezes, repetir livros.

Não há como ler sobre factos das nossa história, ornamentados por histórias fictícias que se entrelaçam com a realidade.

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